Alguma
vez você já tentou subir um rio sozinho numa canoa a remo? Eu já fiz isso. Num
dia ensolarado de verão o pequeno Jean entrou numa canoa, desamarrou as cordas
e começou a remar. Bem, no início não deu muito certo, pois eu mais batia o
remo e jogava água pra todos os lados do que remava. Com o tempo, porém, peguei
o jeito. Assim, comecei a navegar pelo Rio Itajaí do Oeste, com remadas firmes
e constantes. Depois de algum tempo cheguei num trecho em que a correnteza era
muito forte. Eu tentei de todas as formas atravessar aquele ponto, mas já
estava cansado e nem sabia porque estava remando tanto. Por fim eu desisti de
subir. Simplesmente larguei o remo, deitei no fundo do barco e comecei a
descer.
Isso
já aconteceu com você? Eu não me refiro a entrar numa bateira (como diz meu avô)
e sair remando rio acima. Claro que você não fez como eu, mas troque o barco
por aquele sonho e olhe para o rio que chamamos de vida. Sem saber como fazer,
nem quando ia chegar, mesmo assim você foi, uma remada após a outra, um dia
depois do outro. Em que barco você entrou? O barco da fé, ou da coragem, quem
sabe a frágil embarcação da fidelidade. Ninguém disse o quanto isso seria
difícil ou perigoso. As águas turvas pelas quais navegamos vêm acompanhadas de muitas
pedras, por vezes, perece que navegamos em lágrimas. O Sol castiga de dia, o
frio e a escuridão de noite, tempestades agitam as águas e todo tipo de
tranqueira desce pela correnteza. Vale à pena remar? Temos tantos motivos para
desistir, mas é preciso apenas um para continuar.
Não
olhe para as chuvas, esqueça o calor e não tema o desconhecido. Os discípulos
de Jesus, experientes navegadores, tiveram medo de navegar por causa de uma
tempestade noturna (Mc 6:48). Não seja uma pessoa daquelas que desistem de tudo.
Desistem da família, dos amigos, de Deus e até da vida. Há um ditado que diz:
“Não importa como as coisas começam, mas sim como elas terminam”.
Hoje
olho para traz e penso onde eu teria chegado se tivesse passado daquele ponto.
O que será que me aguardava depois daquela correnteza? Nunca vou saber, porque
eu desisti. Até os grandes navios precisam da ajuda de pequenos rebocadores,
assim como os grandes sonhos precisam da ajuda de pequenas atitudes. Eu podia
escrever muito, mas chega de ler, é hora de enxugar as lágrimas, tirar água do
barco e voltar a remar. Jesus já ajudou pequenos pescadores e guiou grandes
navegadores, agora Ele está aqui para nos levar rio acima.